Thaiza Montine Gomes dos Santos Cruz

Bom dia, pessoas!
Assim como deixei anexado no QUIMILOKOS, também estou disponibilizando aqui no blog do colégio a vocês!
Já é de praxe meu, iniciar minhas aulas de Físico-Química do ano fazendo um retrospecto histórico com meus alunos, e uma retomada desde Idade Média e Renascença, principalmente, seguindo uma evolução científica através dos tempos.
Bom, e é neste intuito que os convido a ler o livro "O Perfume - a história de um assassino", de Patrick Süskind. Desde que o filme foi criado, só veio a enriquecer esta história tão fascinante e, por conseqüência, minhas aulas[hehehe!].
Sabendo da dificuldade em encontrar o livro para comprar aqui em Goiânia[uma vez que já me notificaram que a UFG também o adotou], encontrei uma versão em PDF que pode ser baixada e lida em seu computador e, para que não fiquemos 'parados no tempo' esperando os livros chegarem para executarmos nossas atividades referentes ao mesmo, estou disponibilizando o link logo abaixo para quem quiser baixá-lo, ok?!

Versão do Livro em PDF, pela Editoral Presença, Lisboa, Portugal.

É claro que algumas palavras estarão diferentes, porque não é a mesma editora que estamos trabalhando em sala de aula [no caso a RECORD], no entanto, o contexto é o mesmo, e a história também não foi alterada, portanto nos é útil, ok?!
Estou deixando logo abaixo, também, o site oficial do Filme referente ao livro que, por sinal recebe o mesmo nome.

Perfume - site original

E, como não poderia faltar, um comentário acerca da obra e do autor!
=]
Bom, estava eu a navegar pela 'net' em busca de imagens para vocês, quando me deparei com uma reportagem de Elenilson Nascimento, no Jornal "O Rebate" sobre a história em si [tanto no que se refere ao livro quanto ao filme], e acabei por me identificar com muito do que ele diz, por isso optei por transcrever algumas de suas falas logo a seguir:


“ O PERFUME – A História de um Assassino” (lançado em 1985) foi considerado o livro da década de 80 na Alemanha. E só depois que alguém apareceu aqui em casa fazendo propaganda com estardalhaço do filme é que tive vontade de ler e acabei devorando (várias vezes) a obra de Patrick Süskind – um alemão careca de 57 anos e com nome de comida japonesa – que atualmente vive na Alemanha, raramente dá entrevistas ou aparece em público e ainda prefere levar uma vida isolada.
Contudo, antes mesmo de abrir o livro, já me intrigava com o seu título. E me perguntei: qual o rosto escondido por trás da máscara do protagonista? (ou seria melhor dizer antagonista?) Por que “ O PERFUME” como título de livro? Segundo os bastidores da música, até o Kurt Cobain era fã desse livro. Alguns críticos dizem que o falecido vocalista da banda de rock Nirvana usou trechos do livro de Süskind como inspiração, na época da composição do disco “In Utero” (1993), tanto que a música "Scentless Appretince" foi baseada nesse livro.
O romance escrito por Süskind conta a história de Jean-Baptiste , um homem que possui um olfato extraordinariamente apurado mas que não possui cheiro próprio, nem pudores, nem limites. O autor, por sua vez, fez um trabalho memorável ao descrever a Paris do século XVIII que é o cenário que nasce Jean-Baptiste – abandonado por sua própria mãe em meio às tripas de peixes, podridão e ratos. E quando acham seu corpo levam-no para um orfanato aonde, tempos depois, o menino cresce e todos que têm contato com ele acham-no repulsivo de uma forma estranha. O que ninguém percebe é que o corpo de Jean-Baptiste não tinha um aroma, e essa distinção é tão sutil que ninguém percebe diretamente na obra. A falta de cheiro de Jean-Baptiste pode ser vista mais tarde como um representante de sua falta de moral em um mundo no qual o amoral e o ético lutam para achar um denominador comum.

O ENREDO – Durante toda a sua vida Jean-Baptiste teve vários acidentes, doenças e chagas. Trabalhou como aprendiz de curtidor e depois como aprendiz de perfumista. Sua obsessão com cheiros é tanta e tão absoluta que, então com 14 anos, ele apresenta a si mesmo a um proeminente – porém falido – perfumista ( Baldini ) que o ensina a arte anciã de misturar óleos, dissecar e isolar aromas, e reduzir flores e ervas a seus óleos essenciais.
Um dia Jean-Baptiste encontra uma linda jovem de 12 anos com um perfume natural totalmente diferente de todos os outros que ele guardava na memória, e acabará por matá-la por assidente, com as suas próprias mãos, de tanto desejar apoderar-se do seu odor. Mas, esta jovem é apenas uma das muitas jovens que o protagonista mata (acho que 26 no total), em busca do perfume perfeito.
Jean-Baptiste é capaz de evocar as mais diferentes emoções no leitor, desde simpatia, curiosidade, repulsa e ódio, que mostra um profundo autismo ao aprender cheiros diferentes à sua volta como a maioria das crianças aprende o alfabeto, ou contam números no jardim de infância. Dessa forma, ele passa seus dias identificando e organizando os cheiros em seu mundo particular – parece um autista.

MUNDO DOS PERFUMES – A ação divide-se entre o mundo dos perfumes que serve para encobrir o mundo dos fedores, dos crimes, das mentiras e da hipocrisia que caracterizam a cidade de Paris no século XVIII – muito parecida com o que atualmente vivemos no Brasil com as suas CPIs. O livro, até pouco tempo considerado inadaptável para a linguagem cinematográfica, foi transformado em filme pelo também alemão Tom Tykwer (de “ Corra, Lola, Corra” ) e, segundo vários sites de cinema, o próprio Süskind negociou os direitos de filmagem com o produtor.
O filme contou com um elenco de celebridades, tais como o maravilhoso Dustin Hoffman , de belas mulheres, de uma bela fotografia e de um roteiro muito interessante. Jean-Baptiste foi interpretado pelo até então desconhecido ator Ben Whishaw . O orçamento da produção extrapolou o valor de 50 milhões de euros, segundo informações contidas no site da Deustche Welle , mas valeu a pena: o filme ficou muito bom.

SUI GENERIS – Quando os críticos e leitores sentiram pela primeira vez o aroma de “ O PERFUME” em 1985, ele prontamente tornou-se um best-seller internacional sendo traduzido para 37 línguas diferentes. O livro de Süskind é sui generis : meio horror, meio suspense, meio ficção histórica, meio erótico, meio repulsivo, meio romance, meio melancólico. Ao mesmo tempo que oferece muitos insights na mente do criminoso insano, também especula sobre o papel que o senso comum tem em nossas vidas.

Contudo, “ O PERFUME” é, sem dúvida, um romance muito estranho. Mais inquietante ainda é o fato de Jean-Baptiste ser desprovido de odor corporal, o que leva a sociedade a encará-lo com um misto de indiferença e mistério. Curioso é a maneira como o autor utilizou para descrever alguns personagens: o tosco Druot , que cheira a esperma e suor; as mulheres plácidas, feitas de mel escuro; Madame Arnulfi , a viúva cheia de vitalidade; e as virgens mortas de membros carnudos, lisos e firmes.
Todo este mundo irreal e de certa forma sobrenatural acaba por ser um pretexto que o autor utiliza engenhosamente a fim de explorar as paixões básicas que movem a humanidade: o erotismo, o poder, a necessidade de afirmação e a procura de si próprio, retratada aqui na busca do perfume ideal . E embora esta seja a história de um assassino, o próprio subtítulo o indica, os crimes acabam por diluir-se, como que desculpados pela pureza das intenções destituídas de qualquer tipo de moralidade. É por este motivo que o fim deixa um travo amargo, já que não se retiram conclusões e só a dúvida fica no ar.

MENTES ABERTAS – Apesar de muita coisa do livro ter sido dispensada na versão cinematográfica, “ O PERFUME” é um livro que deve ser degustado de mente aberta, deixando de lado preconceitos e juízos de valor, porque só assim se poderá apreender a beleza de caráter mórbido que se desprende das páginas e a crítica subjacente: quantos são frágeis e dependentes do “eu animal”.
Aquela parte onde o autor explica que o senhor Richis desejava ardentemente a sua própria filha, Laure , a ruiva, que ele desejava “deitar-se junto a ela, sobre ela, dentro dela, com toda a sua concupiscência e todo o seu desejo. E ele ficava a suar, e o os membros tremiam, enquanto sufocava em si esse horrendo desejo e se curvava na direção dela, para acordá-la em um casto beijo paternal” é de deixar os puritanos de cabelos em pé.

No final da história, Jean-Baptiste volta a Paris e é partido aos bocados e comido por pessoas devido ao efeito do perfume que tinha derramado por todo o corpo: um final trágico para o protagonista. E qual o significado desta morte horrível? Pode-se ter a falsa impressão de que o autor queira afirmar que os idealistas são consumidos pelas massas ou pela podridão que o sistema produz. Mas as últimas linhas do texto fazem pensar em algo diferente: “ ...seus corações estavam bem leves(...) . Pela primeira vez , haviam feito algo por amor ” (“O PERFUME – A História de um Assassino” de Patrick Süskind, traduzido por Flávio R. Kothe, 255 pp. 1985 - Editora Record)

Por fim, e para não me delongar mais, deixarei o clipe da música do Nirvana, sugerida pelo Elenilson Nascimento, que teve o livro O Perfume como fonte de inspiração.



E, também o arquivo a ser baixado, referente aos resumos de conteúdo em aula, acompanhado das questões a serem resolvidas no caderno de sala, ok?!

No mais, por hora é só, meus [as] queridos[as]!
Um Mol de abraços a todos!!!
2 Responses
  1. Anônimo Says:

    Maravilhoso! li este livro mais ou menos em 1990, na biblioteca do SESC na rua 21, eu nunca mais esqueci deste livro, quando surgiu o filme, confesso que fiquei com medo de assisti-lo e perder a magia do livro, mas vou ver agora. Belo trabalho professor! Parabens!
    Suene
    Mãe de aluna.


  2. Que maravilha, Suene!
    Fico feliz em ter mais pessoas que gostam da narrativa de "O Perfume"!
    =]
    Diferentemente do que acontece com muitos filmes feitos dos livros, este me surpreendeu!
    Também tive receio no início, mas como sua curiosa ao extreeeeemo[rsss], não resisti e fui vê-lo assim que entreou em cartaz no cinema!E, me apaixonei!
    São pouquíssimas as situações que não foram fiéis ao narrado no livro!
    Fiquei muito feliz com teu comentário!
    E, sempre que puder, volte a nos visitar por aqui, no blog; ou nos blogs de nossos professores!
    Um forte abraço a senhora!

    Att,
    ProfªThaiza Montine